Toco com os dedos, em meu violão,
O canto de acordar os pássaros
O pranto de recordar os laços
Que me prendem a esse cantão.
Trago uma milonga matreira
Que me leva com as ondas
Que me traz sempre de longe
Até as terras praieiras.
O farol ilumina minhas lembranças
Traz de volta a minha dança
De criança
Por estas bandas do Sul.
Não sou mais pequeno
Nem grande me tornei
Sou um menino, como antes
Num corpo vivido, fiquei
Hoje levo meus filhos e netos e sonhos
Levo tudo o que cabe em mim
Para rever esses ares
Para curtir esses mares
No pedacinho deste fim.
Num eterno
recomeço de mim!